O Tribunal de Comércio de Guimarães acaba de decretar a insolvência da têxtil, tendo nomeado para gestor judicial Pedro Pidwell, um antigo cavaleiro profissional cujo currículo está recheado de processos semelhantes, como o Espírito Santo Financial Portugal ou a Soares da Costa.
Hoje com 53 anos, foi cavaleiro profissional até aos 30, quando um problema de saúde o levou a abandonar as provas de “dressage” e a dedicar-se aos estudos.
Formou-se tarde em Direito, aos 34 anos, tendo chegado a trabalhar como advogado, mas acabou por se especializar no mundo das insolvências, liquidações judiciais e processos de recuperação de empresas.
Pedro Pidwell, que conta no seu currículo de administrador de insolvência com nomes como o Espírito Santo Financial Portugal (“holding” do GES que tinha quase um terço do BES), a Soares da Costa, a Páginas Amarelas, o Aquapura Douro Valley Hotels, a Urbanos e SAD’s de futebol (do Belenenses, Beira-Mar e da Naval 1.º de Maio), foi o nome escolhido para ficar à frente do processo de insolvência da Coelima, decretou o Tribunal de Comércio de Guimarães, esta quinta-feira, 22 de abril.
O tribunal aceitou, assim, o nome sugerido para o efeito pela administração da Coelima, que na petição inicial considera que “se impõe a nomeação de um administrador da insolvência que se caracterize pelo rigor, seriedade e idoneidade no exercício das suas funções, bem como que seja pessoa especialmente habilitada para a prática e atos de gestão, com provas dadas em processos de insolvência ou processos especiais de revitalização”.
Mais: “O Dr. Pedro Pidwell conta também com uma estrutura de apoio à sua atividade, composta por colaboradores com experiência em cenários de insolvência e de reestruturação, o que será certamente determinante para uma célere e eficiente análise e tratamento das reclamações de créditos que serão certamente apresentadas neste processo”, considera a administração da Coelima, empresa do grupo Moretextile, que é detido pelo Fundo de recuperação gerido pela “private equity” ECS Capital.
A Coelima, que emprega 253 pessoas, apresentou-se à insolvência com uma dívida de 30 milhões de euros a cerca de 250 credores, uma lista que apresenta no top-5 a Caixa Geral de Depósitos, o Fundo Autónomo de Apoio À Concentração e Consolidação de Empresas, o Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas, a António de Almeida & Filhos (“irmã” da Coelima) e a “holding” proprietária da empresa (a Moretextile).
Fonte: jornaldenegocios.pt