O Ministério Público investiga esquemas de alegada fraude que envolvem a criação de justificações contratuais, nos contratos de transferências de jogadores, para explicar o recebimento, pelo FC Porto e pela sua SAD, de vantagens indevidas ou não declaradas em sede fiscal, em benefício Jorge Nuno Pinto da Costa, Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa.
No despacho relativo às buscas feitas por Rosário Teixeira, Pinto da Costa é suspeito de desviar milhões de euros em comissões de transferências de jogadores há quase dez anos.
No dia 22 de novembro, o Ministério Público realizou 33 buscas, entre as quais à SAD dos dragões, afirmando estar a investigar o pagamento de comissões superiores a 20 milhões de euros relacionados com transferências de futebolistas.
O MP suspeita que parte dos montantes respeitantes às comissões era devolvido, pelos agentes desportivos, através de património para a esfera dos dirigentes, ou através do pagamento de despesas que o clube ou a SAD não podiam documentar. O esquema envolvia Pedro Pinho, Pinto da Costa e Alexandre Pinto da Costa e o seu início reporta-se a 2012.
“Indicia-se que os montantes das comissões pagas pelo FCP aos agentes são ficticiamente incrementadas, havendo pagamentos feitos a entidades e pessoas que, na realidade, não tiveram qualquer intervenção nos negócios dos jogadores”, pode ler-se no despacho do DCIAP.
Negócios feitos entre 2017 e 2020, nomeadamente com os jogadores Ricardo Pereira, Mateus Uribe, Éder Militão, Felipe, Zé Luís, Oliver Torres, Fábio Silva e Danilo Pereira estão na mira do MP. Bem como as transferências de jogadores como Brahimi, Quaresma, Aboubakar e Mateus Uribe. E ainda os negócios de intermediação de Renzo Saravia, Agustin Marchesín e Ivan Marcano também estão sob suspeita do MP na medida em que o valor foi dividido com Alexandre Pinto da Costa. O valor das comissões sob suspeita ascende aos 20 milhões de euros, pagas pelo clube desde 2017.
Na passada segunda-feira, a sede da SAD do FC Porto e casas de empresários ligados à indústria do futebol, como Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, foram alvos de buscas por parte do Ministério Público. O DCIAP referiu que as diligências de recolha de prova visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios.
Fonte: eco.sapo.pt