Padres de Lisboa defendem continuidade de D. Manuel como Patriarca

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Comunicado do Conselho Presbiteral acusa "dinâmica meditática de transformar tudo num 'caso'" e apela a debate sereno.

Os padres da diocese de Lisboa manifestam solidariedade ao Patriarca Manuel Clemente no âmbito das notícias que têm vindo a público nas últimas semanas sobre abusos sexuais na Igreja. Essa solidariedade é manifestada num comunicado do Secretariado Permanente do Conselho Presbiteral, órgão de consulta do bispo de Lisboa.

“Queremos contar com o nosso Patriarca, cardeal Manuel Clemente, como contámos até aqui. Para que, em comunhão com ele, nos anime a irmos mais além no serviço ao Povo que nos é confiado e na procura da verdade e da justiça que o anúncio do Evangelho comporta”, diz o comunicado assinado pelos cinco membros do secretariado (padres Alberto Gomes, José Manuel Pereira de Almeida, José Miguel Pereira, Nuno Amador e Ricardo Figueiredo).

“Vivemos tempos exigentes em termos eclesiais. Semana após semana, surgem notícias de abusos sexuais na Igreja em Portugal. Alguns são casos já investigados, outros até já julgados; uns condenados, outros arquivados”, começa o comunicado, que é crítico com o tratamento mediático destes casos.

“Em vez de possibilitar uma maior tomada de consciência acerca do problema dos abusos sexuais na Igreja e de conduzir a um debate sério sobre o clericalismo, a dinâmica mediática transformou tudo em mais um “caso””, lamentam os padres que representam todo o clero da diocese. O Conselho Presbiteral é, como se lê no site do Patriarcado, “uma espécie de senado do bispo que representa o presbitério” e ao qual “compete ajudar o Bispo no governo da diocese”.

Este comunicado surge quatro dias depois de o Patriarca ter tido um encontro com o Papa, tornado público pela própria diocese, que no entanto não quis esclarecer se nesse encontro Manuel Clemente e Francisco falaram da renúncia do Patriarca ou de uma antecipação da resignação (que sé está prevista para daqui a um ano).

Em causa no que diz respeito a Manuel Clemente estão não propriamente os casos de abuso, mas a forma como as denúncias foram encaradas nas últimas décadas e como foram geridos os padres denunciados, em vários casos mudados de paróquia, mas não afastados de trabalho pastoral.

Fonte: expresso.pt

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